Existem feridas que são invisíveis. Frases que golpeiam a autoestima, enfraquecem a autoconfiança, ferem a dignidade humana, implantam o medo e a desconfiança e, por fim, anulam a existência do ser humano. Estas são algumas vivências características de quem foi ou está sendo submetido (a) a situações de violência psicológica.
“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.”
Jean-Paul Sartre
A violência psicológica é caracterizada por atitudes, comportamentos e expressões que procuram rebaixar e/ou negar a maneira de ser de uma outra pessoa. É normal que tenhamos momentos de irritação, raiva e revolta. Mas a questão na violência psicológica é que isto não é algo eventual. Trata-se de maneira que o (a) agressor (a) costuma estabelecer com uma pessoa que têm como objetivos: manter o controle, o poder e subordinação da pessoa agredida.
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As mais frequentes e conhecidas violências de natureza psicológica são: controle, desqualificação e o isolamento. O controle é exercido por práticas de monitoramento através de perguntas e pesquisas continuas, repetitivas e inquisidoras sobre atitudes, comportamentos, sentimentos, deslocamentos, intenções e interações com mundo realizados pela pessoa controlada.
O controlador (a) precisa ter certeza de que a pessoa não sairá do seu domínio e para isso, adentrará no espaço psíquico e nos objetos pessoais da pessoa controlada (o). A vítima deste tipo de violência se sente invadido (a), sufocado (a) e aprisionado (a).
Para evitar confrontos e divergências, a pessoa controlada aceita as práticas uma vez que este tipo de prática se instala em relações assimétricas em que um detém o poder dentro da relação.
Já a desqualificação se faz através de palavras e atos que visam menosprezar, desqualificar e desconsiderar habilidades, sentimentos, palavras, a maneira de ser e pensar da pessoa controlada.
Este tipo de violência causa prejuízos para autoestima trazendo sentimentos de inutilidade e insegurança em relação ao que você é e/ou faz. Estas consequências fazem com que a pessoa recorra ao juízo de quem desqualifica o que só reforça as consequências deste violento.
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No isolamento, por sua vez, a vítima é afastada do convívio com familiares, amigos, colegas de trabalho e outras pessoas do ambiente familiar, social e profissional. O agressor procura inibir, intimidar, bloquear e dificultar o contato da vítima por diferentes vias e meios.

E dificultar a visita ou contato com familiares e amigos, não permitir que a pessoa exerça atividades extra domiciliares como trabalhar e estudar, inibir e intimidar as mensagens através do telefone celular e demonstrar irritação quando a pessoa está em contato com outra pessoa.
Cabe destacar aqui que os limites para caracterizar este tipo de violência são muito imprecisos e subjetivos.
Então como sei que estou passando por situações de violência psicológica?
Os seus sentimentos são os principais guias para identificar e compreender o que está ocorrendo. Assim, listo aqui uma série de perguntas adaptadas do livro “ Homens que odeiam suas mulheres e as mulheres que os amam. ” da Dra Susan Forward e Joan Torres para te ajudar nesta tarefa:
- Sente tristeza durante boa parte do tempo?
- Sente medo de alguém com quem você convive ou se relaciona?
- Sente desânimo ou opressão?
- Sente-se furiosa(o) durante a maior parte do tempo?
- Sente confusão e desconcerto( como se estivesse “pisando em ovos) sobre a forma como deveria se comportar com alguém?
- Sente-se que está sendo dominado(a) por alguém?
- Sente frustração?
- Sente ódio de si?
- Sente culpa e acredita que está sendo errado(a)?
- Sente que está sendo perseguido(a)?
Se você respondeu afirmativo a seis ou mais perguntas do questionário acima, é muito provável que você esteja passando por situações de violência psicológica.
Além desta fonte, preste atenção se você ouve de maneira corriqueira e constante as seguintes frases: “ você está ficando louco (a) ”, “ você não tem senso de humor”, “Quem te perguntou? ’, “Ninguém pediu a sua opinião. ”, “Você está sempre procurando problemas. “Você está fazendo uma tempestade em um copo d´´agua” e tantas outras expressões que procuram negar o que você percebe e sente.
Caso você tenha detectado este tipo de vivência na sua vida, procure ajuda profissional nas áreas da saúde e judiciárias. Toda violência física é precedida por uma série de violências psicológicas. Pense nisso. Cuide-se!
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Karine David Andrade Santos – Psicóloga CRP-19/2460 realiza atendimentos individuais para adultos e adolescentes em Aracaju/SE e orientação psicológica via Skype (http://www.karineandradepsi.com.br/). Membro da Cativare (https://www.facebook.com/cativarepsi/). Idealizadora do Projeto De Bem com Você em parceria com a psicóloga Eanes Moreira.(Informações via whatsapp (79)99922-8130)
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