Sou Um Fracassado
O texto de hoje é relacionado a uma queixa muito comum que costumo ouvir de meus pacientes no decorrer do processo psicoterápico.
E eu acredito que falar sobre esse assunto é muito importante para identificar os pensamentos disfuncionais que são bem comuns para o depressivo, principalmente os pensamentos:
- “Eu sou fraco” Sou Um Fracassado
- “Sou um fracassado”
- “Já fui forte, hoje não sou mais”
- “Não darei conta…”
Você se identifica ou conhece alguém que se vê dessa forma?
Mas você pode questionar: “Todas as pessoas que pensam assim (ou já pensaram), estão com depressão?”
A minha resposta é: Não! Sou Um Fracassado
Todos nós em algum momento nos sentimos entristecidos, com humor mais rebaixado, podemos nos sentir incapazes e fracassados diante de algum desafio ou obstáculo que esperávamos concluir com êxito ou quando se esperava por melhores resultados, e isso é completamente normal.
Todos estamos favoráveis a passar por muitas situações que nos remetam a uma sensação de fracasso ou fraqueza ao longo de nossas vidas. Sou Um Fracassado
Seja na apresentação de um trabalho, na conclusão de uma atividade, após a realização de uma prova, em um relacionamento amoroso, no cuidado com os filhos, no controle financeiro, em uma entrevista de emprego, na liderança de uma equipe, e muitas outras situações corriqueiras de nosso dia a dia.
Quanto mais expectativas nutrimos a respeito dessas situações ou de nós mesmos, maior é a exigência de que tudo saia exatamente como planejado e também maior é a chance de que a sensação de frustração ocorra.
Sou Um Fracassado Porém, essa realidade é bem mais intensa para a pessoa que está com Depressão.

Você já parou para observar como reage diante de situações corriqueiras quando está com o humor alegre ou triste?
E quando está com raiva? Sou Um Fracassado
Se o medo chegar, o que você faz?
Somos dotados de emoções e elas estão presentes em todo e qualquer momento do nosso dia, e todas elas tem uma função e um motivo por terem sido evocadas ou estimuladas em determinado momento e situação.
As emoções dão o colorido do nosso dia, como um filtro, porém, conhecer e identificar os motivos reais pelos quais elas estão presentes, é um belo exercício.
Você pode começar tentando identificar o que de fato o deixou triste, com medo, com inveja ou ciúmes, por exemplo, sendo sincero consigo mesmo e com o que sente, depois avalie se existe outra emoção ou reação que poderia ter sido mais adequada para a situação.
A maneira como reagimos ao outro e às situações, demonstra a forma como enxergamos a nós mesmos, ao mundo e aos outros. Sou Um Fracassado
E demonstram também quem nós somos e como nos construímos ao longo das experiências e das relações que estabelecemos desde o início de nossa da vida.
Já ouvimos ou lemos muitas informações sobre o quão as experiências da infância e também os vínculos familiares são importantes, e novamente ressalto que na verdade, eles são fundamentais!
Desde a mais tenra idade o ser humano expressa sua necessidade, satisfação ou incômodo de maneira bastante peculiar e particular, e aos poucos, no decorrer do desenvolvimento, a capacidade de expressar emoções vai surgindo.
E são justamente as interações na infância e a troca ou reciprocidade afetiva entre as pessoas, que faz com que as crianças aprendam, conheçam, reconheçam e repliquem as respostas emocionais e comportamentais daqueles com quem convive e com quem faz as trocas afetivas.
Beck (1976), pai da Teoria Cognitiva-comportamental, traz a compreensão de que é na infância que se formam os conceitos e os esquemas negativos sobre si mesmo e sobre a vida como um todo.
E esses esquemas podem (re)surgir em outras fases da vida, como fatores de predisposição à depressão, ou seja, que facilitam o seu desenvolvimento.
Sou Um Fracassado É justamente das interações e troca de experiência com a outras pessoas que a percepção de si mesmo vai sendo moldada, e em muitos casos, como no Depressivo, essa autopercepção é negativa.

A pessoa que está com Depressão passa a maior parte do seu tempo com o humor rebaixado, entristecido, desanimado, sem vontade alguma de realizar qualquer atividade que seja, até mesmo aquelas que antes eram prazerosas, e mais do que isso a sua visão sobre os fatos relacionados a si próprio são mais distorcidas.
Isso significa que mesmo tendo um acontecimento significativamente bom, ele acaba encontrando pontos negativos a respeito de sua desenvoltura, de sua competência e habilidades, dando maior atenção a estes fatos e não aos outros.
Justamente por isso, os pensamentos de inadequação, menos valia, rejeição, de insucessos e fracassos surgem com mais facilidade, já que estão também atrelados a uma expectativa inatingível e esse ciclo se torna interminável, considerando fatores importantes, como: o ambiente e as pessoas com quem o Depressivo convive e a falta ou dificuldade de acesso a tratamento adequado que o ajude a compreender e dar um novo significado às suas vivências.
Como já “dito” em textos anteriores aqui da Coluna “Entendendo a Depressão”, esse Transtorno altera a funcionalidade da pessoa como um todo e ela mesma se vê como alguém improdutivo se comparado a sua realidade antes da doença.
Realmente, a baixa produtividade e a diminuição de energia física e psicológica ficam diminuídas, porém a visão a partir da concepção do Transtorno pode ser a de direcionar-se para o que foi feito e não para o que não se fez (isso auxilia na diminuição da alta expectativa).
Compreender que você não é o único no planeta que sofre com a Depressão (aliás, são mais de 300 milhões em todo o mundo), desenvolver a aceitação do seu estado atual, considerar que a diminuição do desejo e da vontade são apenas sintomas e não determinam quem você é e em quem poderá se tornar após a melhora do quadro são essenciais para a melhora.
Dar atenção a si mesmo, elogiar-se pelos pequenos passos dados em direção ao bem estar físico e mental é uma das ferramenta mais poderosas que temos, pois deixamos a realidade ser real e não aquela que é transmitida pelas redes sociais ou propagandas de margarina!
Recomendo que você leia também : Você Sabia Que a Dor Pode Ser Uma Das Causas da Depressão?
Com carinho,
Gracy Ramos
[thrive_leads id=’498′]
Gracy Ramos da S. Nakakura | CRP 01/17360.
Psicóloga Clínica, palestrante, atua com atendimento infantil, de adultos e idosos, com base na Terapia Cognitivo-Comportamental e atendimento Psicopedagógico.
Realiza acompanhamento e Orientação para Pais e Educadores.
Avaliação psicológica e para Cirurgia Bariátrica (pré e pós-operatório).
Já atuou com grupo de pré-adoção em parceria com a 1ª VIJ/DF e com grupo de pais agressores em cumprimento de medidas alternativas pelo MPDFT/TJDF em Samambaia/DF.
Idealizadora do Projeto Conversações Psi – www.facebook.com/conversacoespsi
Contatos: Consultório – C1 lote 1/13, 8º andar – Sala 810 – ED. Taguatinga Trade Center – Taguatinga Centro/DF
Telefone: 61 – 981151928 (Whatsapp)
Instagram: @psigracy.rsnakakura
E-mail: [email protected]