Moda e Autoestima
Estava pensando “cá com os meus botões” e já estamos conversando sobre autoestima há algum tempo, há quem diga que estou “brilhando” outros dizem que estamos “lacrando” e ainda há aqueles que ousam dizer que somos a melhor coluna de autoestima do Brasil.
Isto muito me honra.
E me faz baixar a cabeça e voltar aos meus botões.
Como já conversamos em outros momentos, autoestima está ligada à nossa capacidade de ir além.
Além do que falam sobre nós, além do que nos acontece, além do que vemos num instante, mesmo que a vida esteja inteira nestes.
Moda e Autoestima Autoestima é algo a ser cultivado, trabalhado, repensado, articulado e construído.
É um conceito para expressar nossa capacidade de resiliência diante dos fatos da vida.
E como falar de autoestima sem falar deste conceito da física que está “na boca do povo” e viver sem ele é missão quase impossível.
O conceito de resiliência foi emprestado da física pela psicologia e na ciência do desenvolvimento humano, a resiliência tem um significado amplo e diversificado, o que inclui a recuperação do indivíduo após experiências traumáticas, a superação de desvantagens para alcançar o sucesso, e a resistência a situações estressoras para cumprir tarefas cotidianas.
Moda e Autoestima E voltando aos botões dos nossos vestidos que um dia teimam em dizer:
“Moça, você não cabe mais aí.”
“Você é maior do que este espaço te cerca.”
“Você já desenhou seus esboços, seus croquis estão prontos, para que modelagem?”
“Olhe para si, esteja com seus botões. Sempre.”
“Mas a vida se descortinou para você.”
“Quais as cores você vai escolher?”
Moda e Autoestima Esse nosso papo todo me remeteu a um filme que assisti em um local que amo frequentar:
O cinema de Botafogo.
Para mim não tem programa melhor que ir sozinha ao cinema.
Yes, eu amo minha companhia e aproveito cada momento comigo mesma, quando posso ter esses momentos de amor-próprio.
Então, no filme em questão, O diabo veste Prada, a gênia Merly Streep interpreta a protagonista Miranda Priestly, a qual é a principal executiva da mais importante revista de moda de Nova York, e vê sua autoestima testada pela chegada da jovem desengonçada Andrea Sachs, interpretada pela brilhante Anne Hathaway.
Moda e Autoestima A relação das duas no ambiente de trabalho é um ponto alto do filme, afinal as duas nasceram para brilhar e não estavam ali a passeio.
Miranda precisando superar-se (inclusive seu perfeccionismo) já na sua bem-sucedida carreira e Andrea descobrindo o mundo hard dos negócios e descobrindo-se em como entrar nesse espaço glamoroso sem perder suas raízes e seu brilho.
Nesta excelente comédia americana de 2006, podemos ver também o quanto é preciso estar atentos para nossos compromissos e papéis sociais.
Podemos perceber o quanto o mercado corporativo é exigente nos fazendo utilizar a resiliência a cada instante.
Moda e Autoestima E filme mostra também, o quanto é importante saber o que queremos e fazer as escolhas certas de acordo com nós mesmos e nossa história.
Costurando este texto à arteterapia, percebo como o autoconhecimento é fundamental e o quanto temos de privilegio e coragem quando podemos lançar mão a um processo terapêutico:
Contar e entender nossa história, costurar nossas criações, fortalecer nossos laços, pregar novamente botões da nossa velha blusa que adoramos, ou reinventar nosso figurino e colorir novas cores para nossa vida.
No livro Linguagens e materiais expressivos em arteterapia:
Uso, indicações e propriedades, a autora Angela Philippini nos convida a pensar em como, no processo arteterapêutico, o alinhavo e a costura ajudam-nos à nossa ordenação e articulação.
Moda e Autoestima Tal como em nossas vidas, as cores dos fios e suas texturas oferecem o suporte à atividade criativa, desafiando o imaginário a construir novas combinações.
Neste processo de entendimento da construção da necessidade de se falar de autoestima, para além dos padrões da moda, percebo a importância do nosso papel enquanto terapeutas, enquanto mulheres, enquanto seres de criação e criatividade para:
- Crescer;
- Criar;
- Gerar para além do empoderamento
- Para bem próximo da aceitação;
- Entendimento pessoal;
- Amor-próprio.
Vamos juntas?
Vem comigo!
Leia também o artigo que nos diz sobre respeito as diferenças e fortalecimento da autoestima: https://opsicologoonline.com.br/respeito-as-diferencas/
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Suzane Guedes é Psicóloga (CRP 05/42766), Especialista em Psicologia e Desenvolvimento Humano – UFJF, Arteterapeuta clínica de formação junguiana – POMAR-RJ.
Atua nas cidades do Rio de Janeiro e Três Rios-RJ com atendimento clínico à crianças, jovens e adultos; ministra grupos e oficinas terapêuticas.
Contatos profissionais:
(21)96985-4954
Instagram: @olharparasi