A morte de um bebê antes de sua chegada gera dor, aflição e uma grande frustração, a frustração dos desejos, da idealização da maternidade, dor e frustração pelo rompimento da possibilidade que estava tão próxima de exercer a maternidade.
Diversos sentimentos e emoções surgem a partir desta perda. A culpa, a raiva, a tristeza, o sentimento de vazio e impotência invadem a vida da mãe de um filho natimorto.
O processo de luto começa, a partir do momento que o bebê é expelido, onde a mãe de fato identifica que não há mais vida, que o bebê tão amado, esperado e idealizado está morto.
Por vezes, a mãe não acredita que aquilo de fato esta acontecendo, questiona a Deus porque com ela, e pode entrar na fase de negação.
A perda de um filho natimorto gera um sofrimento psíquico tão grande que pode ocasionar episódios depressivos, onde essa mãe pode vir a ter pensamentos suicidas, acreditando que morrendo irá se encontrar com o bebê que partiu.
Em casos mais graves pode-se gerar transtornos psicológicos, onde essa mãe busca a qualquer custo, ter o bebê idealizado, com uma idealização tão forte que pode ser capaz de tudo para ter o bebê que partiu em seus braços
Em alguns casos, a mãe continua sentindo o mesmo sintoma, acreditando que o bebê ainda está em seu ventre.
É preciso ficar atento, o acolhimento e cuidado da família são muito importantes nesse processo, respeitar o tempo dessa mãe e toda a dor que esse processo envolve, é de extrema importância para que ela vivencie o luto de forma saudável.
Falar sobre o bebê que se foi e permitir que essa mãe se expresse também é importante, agindo assim ela terá uma maior compreensão de que o seu bebê se foi e a partir desse momento se fará necessário resignificar a vida e seus projetos.-
O papel do psicólogo no processo de luto por um filho natimorto tem como papel fundamental a prevenção de possíveis transtornos psicológicos.
O psicólogo tem como papel fundamental auxiliar a mãe enlutada a cerca de esclarecimentos em relação a idealização e as fantasias geradas por essa mãe em relação ao seu bebê morto.
Além do atendimento psicológico individual, o acolhimento e acompanhamento ao pai e a família também é de extrema importância, para que os mesmos vivenciem o luto de forma saudável, a fim de restabelecer a saúde mental e a reestruturação da vida.
Por mais doloroso e intenso que seja a morte de um filho natimorto, é preciso vivenciar todo esse processo.
É preciso viver o luto para não viver de luto.
Até nosso próximo encontro. Abraços!
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