Tem esquizofrenia
Uma das perguntas que eu mais recebo é: como eu posso ajudar o meu familiar que tem esquizofrenia?
O que eu posso fazer, ou como fazer, para ajudar o meu familiar?
Posso começar dizendo que essa não é uma tarefa nem um pouco fácil, porém, também não é impossível.
Não é uma tarefa fácil pois a pessoa que tem esquizofrenia sofre muito, assim como toda família.
Os comportamentos se modificam a todo momento, crises podem surgir, sintomas são muito confusos.
Sendo assim, devido a esquizofrenia ser um transtorno muito grave e incapacitante, conviver com a esquizofrenia não é nada fácil, tanto para quem tem o transtorno quanto para os familiares.
É um eterno alto e baixo.
Porém, não é uma tarefa impossível pois é possível estabilizar o paciente, é possível aprender a lidar e conhecer esse novo familiar.
É possível viver bem com o seu familiar, além da esquizofrenia.
Sim, no início, logo que se descobre o diagnóstico de esquizofrenia parece que as coisas nunca irão melhorar.
Parece que o mundo desabou e não será possível reconstruir, mas é possível sim!
E como os familiares mesmos dizem:
“é como se tivesse passado um caminhão em cima deles e será preciso levantar-se, sacudir se, se recompor e seguir em frente”.
É preciso aprender a olhar para o seu familiar como ele é, para um novo familiar e aceitá-lo como ele é.
E qual será a melhor maneira que os familiares e/ou cuidadores podem ajudar seu familiar que tem esquizofrenia?
Em primeiro lugar é preciso que se entenda com o que está se lidando, no caso a esquizofrenia.
Por isso, o primeiro e mais importante passo para ajudar a pessoa que tem esquizofrenia é a informação.
É buscar entender o que é esse transtorno, como se deve agir com a pessoa que tem esquizofrenia, saber sobre o tratamento e como o familiar pode ajudar.
O conhecimento é a melhor arma que nós temos.
Somente através do conhecimento, da informação se vai descobrir, entender o que o familiar vivencia e qual a melhor maneira de ajudá-lo.
Para poder ajudar a pessoa que tem esquizofrenia você precisará entender o que ela tem, por que ela age diferente em determinados momentos.
Entender que NÃO é porque ela quer ou porque é preguiçosa que se isola, que tem dificuldades nos relacionamentos e sim pelo transtorno que tem.
Sim, também é preciso muita paciência e amor para superar os obstáculos da esquizofrenia.
Quanto mais o cuidador entender o que acontece com seu familiar melhor poderá ajudá-lo.
Melhor preparado estará para lidar com os momentos difíceis, com as crises.
Além disso o cuidador/familiar vai aprender a lidar com seu próprio sentimento, com suas frustrações e medos.
Digo que a informação é o primeiro e essencial passo na busca pela estabilização do familiar.
A partir do momento que o cuidador começa a entender o que o seu familiar tem, os motivos dele para agir diferente, os medos que ele tem, que o próprio paciente vai começar a entender e aceitar que tem um transtorno mental:
A esquizofrenia.
É impossível que a pessoa que tem o transtorno aceite o tratamento, estabilize e comece a entender o que ela tem se os seus familiares acham que é frescura, manha, ou por querer que essa pessoa não consegue trabalhar, por exemplo.
Pensar que a pessoa que tem esquizofrenia age diferente porque quer ou porque é sem vergonha é uma das questões que mais vemos e ouvimos de muitas pessoas e até familiares.
E isso ocorre pela falta de conhecimento, de informação.
Quando se entende os motivos de tais comportamentos, fica mais fácil compreender o familiar.
É imprescindível que os cuidadores aceitem e entendam a esquizofrenia do seu familiar para que a partir daí possam ajudá-lo nesse entendimento.
E por que essa atitude deve partir dos cuidadores/ familiares?

Você deve sempre lembrar que a pessoa que tem a esquizofrenia vivencia os sintomas como se eles fossem reais.
Para eles o sofrimento é imenso, aterrorizante, é realidade.
Seus medos são reais e assustadores.
Sendo assim, essa pessoa precisará muito da ajuda do cuidador/familiares para perceber que o que ela tem é um transtorno, que muitos medos seus não são reais, como os delírios.
Agora pense…
Como essa pessoa irá se dar conta sozinha ou quando a família não acredita no que ela tem?
É óbvio que isso não irá acontecer, certo?
Pelo menos na grande maioria dos casos as pessoas sozinhas não aderem ao tratamento, não estabilizando e sofrendo cada vez mais.
A pessoa que tem esquizofrenia vive um mundo à parte em muitos momentos, fora da realidade e por isso precisa de alguém que possa lhe trazer para realidade.
Precisa ser “puxada” para o mundo real.
E a família são as primeiras pessoas que fazem essa função.
Você consegue entender agora a IMPORTÂNCIA que tem a FAMÍLIA na conscientização e aderência ao tratamento da pessoa que tem esquizofrenia?
A família é sempre a base de tudo.
Principalmente para as pessoas que têm esquizofrenia, que tem muitos medos e grande dificuldade de confiar nas pessoas.
Após os familiares aceitarem o diagnóstico do seu familiar, começar a entender a esquizofrenia, como conviver e ajudar o seu familiar, ficará mais fácil mostrar para ele o que ele tem e consequentemente buscar uma melhor qualidade de vida para esse familiar e demais membros da família.
Percebemos então que para ajudar o seu familiar que tem esquizofrenia é preciso primeiramente que os cuidadores aceitem o diagnóstico de esquizofrenia.
E que cada vez mais busquem informações sobre o transtorno, sobre como agir nos momentos de crise, sobre como lidar com o seu familiar, novos tratamentos.
Enfim, tudo que possa ajudar esse familiar e seus cuidadores.
Por isso, se você é cuidador e/ou familiar de alguém que tem esquizofrenia REFLITA sobre estas dicas e se informe, leia muito sobre o transtorno, pois este é o primeiro passo, e mais importante, para ajudar o seu familiar na estabilização do transtorno e buscar uma melhor qualidade de vida.
Não esquecendo que dessa forma os cuidadores também estarão se ajudando no entendimento do seu familiar, pois aprendendo a conhecer e lidar com o seu familiar:
- Diminui o seu sofrimento;
- Melhora também sua qualidade de vida;
- Amenizando seus medos e culpas.
Leia também o artigo que nos diz se é possível se relacionar com uma pessoa que tem esquizofrenia: https://opsicologoonline.com.br/transtorno-da-esquizofrenia/
Grande abraço e até logo!
Psicóloga Daniela da Silva
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Daniela da Silva – Psicóloga com Orientação Psicanalítica (CRP 07/23218). Atua nas cidades de Cachoeirinha e Gravataí/RS, como Psicóloga Clínica e também palestrante.
Atendimento direcionado para familiares de pessoas que tem esquizofrenia; relações familiares- pais e filhos.
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