A construção da autoestima na infância Autoestima Infantil
Pedro chegou à sala de psicologia com poucas palavras, para falar a verdade não conseguiu nem pronunciar seu nome.
Com roupas impecáveis, de banho tomado e um pouco pálido sentou-se no sofá de cabeça baixa.
Eu me apresentei e como vi que o diálogo não iria fluir naquele primeiro momento, sugeri que fossemos para a sala de arteterapia para fazer um desenho.
O material oferecido foi papel branco, canetinhas hidrocor, lápis de cor e giz de cera. Autoestima Infantil
Os comandos foram bem simples, de fácil entendimento para um menino de 8 anos: faça o que você tiver vontade de fazer, não se preocupe se vai ficar bonito ou não, desenhe ou pinte o que quiser.
Antes havia perguntado se ele gostava de desenhar e ele assentiu com a cabeça.
E demoradamente o menino “tímido” ficou em sua folha, achou um lápis preto e com ele fez desenhos pequenos e cheios de detalhes, pediu borracha e a usou diversas vezes.
Muita indecisão, necessidade de perfeição e pouca cor. Parecia que aquele menino estava triste.
No final perguntei o que ele havia achado de desenhar e do seu desenho, ele então me respondeu que havia gostado de desenhar, mas que não tinha ficado muito bom. Autoestima Infantil
Muitas vezes recebo crianças no consultório com queixa de timidez e quando vou averiguar mais profundamente, com entrevistas com pais, testes e observação da criança em sua forma de brincar e fazer atividades arteterapêuticas, percebo que aquela timidez muitas vezes é insegurança e baixa autoestima por um excesso de cobrança por parte dos pais, família ou sociedade (muitas vezes representada por professores).
Na maioria das vezes os pais tentam fazer o melhor para seus filhos, muitas delas impondo regras, limites e adotando uma postura rígida na condução dos problemas da infância, isso incluindo questões de comportamento, escolarização, socialização e várias questões que envolvem a educação de uma criança.
Autoestima Infantil Porém, algumas vezes, uma criação bem-intencionada pode resultar em uma série de crenças limitantes que vão acabar refletindo na vida adulta.

Para isso não acontecer faz-se necessária uma reflexão constante por parte dos pais e cuidadores.
Da mesma forma que a falta de cuidados e regras pode causar um dano muito grande, mas hoje vamos falar dos excessos. Autoestima Infantil
Os pais como influenciadores diretos têm um papel fundamental para nutrir e potencializar a autoconfiança e autoestima dos filhos.
São esses primeiros vínculos que irão ser a base da formação da personalidade desse futuro adolescente e adulto.
Através do modo de falar, dos gestos e das atitudes, os pais auxiliam de forma importante e essencial a construção da autoestima da criança. Autoestima Infantil
Primeiramente, vale reforçar que confiança do pequeno, desde cedo, fortalece sua segurança, capacidade de realização e a efetiva habilidade de lidar, positivamente, com os desafios da vida adulta.
A capacidade de valorizar a si mesmo é um processo que começa a ser construído desde muito cedo — e ao longo da vida. Autoestima Infantil

No filme americano de 2006 “Pequena miss Sunshine” (imperdível!), temos uma família que pode ser vista como disfuncional, cheia de conflitos exacerbantes e fracassos acumulados, onde nada parece funcionar para seus membros até que a filha caçula, a desajeitada Olive (Abigail Breslin), é convidada a participar de um concurso de beleza para meninas pré-adolescentes.
Durante três dias eles deixam todas as suas diferenças de lado e se unem para atravessar o país numa kombi amarela enferrujada.
É impressionante como a união daquela família auxilia na autoconfiança e autoestima para que Olive, mesmo desajeitada, siga em direção a seu sonho, cheia de esperança e confiança.
A família confiou nela e demonstrou isso através de atitudes e palavras, isso a fortaleceu, lhe deu amparo e autonomia.
É um filme que vale muito a pena ser visto, vai da comédia ao drama e do drama à comédia, como nas famílias reais, como na vida real.
Portanto, podemos perceber que as mensagens que o filho recebe, a partir do meio em que ele vive, criam o sistema de crenças, que irá influenciar sua personalidade futura.
Existem algumas maneiras de auxiliar esse processo, entre elas: Autoestima Infantil
Estabelecer uma comunicação de forma mais positiva.
Autoestima Infantil Ao criticar de maneira inadequada, apontando e reforçando na criança um senso de inferioridade e incapacidade, interferimos negativamente no processo de construção da sua autoestima.

Procure, então, interagir de modo positivo. Um bom exemplo é substituir algumas expressões como “você nunca aprende” por “sei o quanto você é capaz. Acredito em você”.
Outra maneira efetiva é sugerir: “O que podemos fazer para mudar isso juntos?”.
Perceba a importância das suas palavras. Escolha as que valorizam e estimulam a segurança do seu filho. Autoestima Infantil
Evitar os rótulos é fundamental. Dizer a uma criança que ela é “bagunceira”, “desobediente”, “terrível” “tímida demais”, entre outros termos, não é a maneira ideal de gerar uma mudança positiva no seu modo de agir.
Experimente, então, separar o indivíduo (criança) da conduta que ela apresenta.
Ao dizer: “seria bom se você deixasse de fazer bagunça”, repare que o termo fazer bagunça é comportamento, enquanto ser bagunceiro é identidade.
Portanto, desaprove o comportamento, não a pessoa.
Falar sobre suas competências e não suas dificuldades.
Quando a criança estiver diante de algum desafio, como a dificuldade em realizar uma tarefa da escola, ou aprender uma nova atividade como andar de bicicleta, demonstre compreensão.
Autoestima Infantil O diálogo deve ser sempre no sentido de mostrar que sua capacidade é maior em relação à questão a ser superada.

E isso vale para todas as situações. Uma boa maneira de fazer isso é exaltar suas habilidades. Assim você reforça o senso de competência, tornando-o mais confiante e ciente do seu valor.
E por último, o que gosto sempre de falar com os pais, demonstre o amor que sentem por seus filhos, fale de seu amor por eles, às vezes a rotina fica cheia, o estresse toma conta, e os excessos de cobrança da educação se sobrepõem ao que é mais importante, o afeto, o amor.
Com carinho, Suzane.
Recomendo que você leia também: Como Cuidar da Autoestima? Olhando Para Si Mesmo!
P.S: Pedro é um personagem fictício, criado para ilustrar o texto.
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Suzane Guedes é Psicóloga (CRP 05/42766), Especialista em Psicologia e Desenvolvimento Humano e atualmente cursa formação clínica em Arteterapia.
Atua nas cidades do Rio de Janeiro e Três Rios-RJ com atendimento clínico à crianças, jovens, adultos e idosos; ministra grupos e oficinas terapêuticas. Também trabalha como orientação psicológica online.
Suzane acredita na psicoterapia como grande ferramenta de auxílio ao desenvolvimento pessoal e social.
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