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Violência Contra a Mulher: Como Surge e o Que Fazer Para Evitá-la!

A violência contra a mulher é um assunto muito sério, é só lermos noticias, assistirmos telejornais, olhar em nossa volta e vamos encontrar algum fato que remete ao tema. Muitas pessoas se compadecem das vitimas de violência, mas carecem de ações diretas para que se possa evitar as ocorrências.

Delegacias especializadas são implantadas, grupos temáticos se reúnem e a sociedade toda se vê num emaranhado de fatos que deixam qualquer um perplexo. É preciso pensar no problema de uma forma mais global, mais inserida num contexto que venha jogar luz sobre o tema.

“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.”

Jean-Paul Sartre

Assim, vamos viajar no tempo e tentar reunir alguns fatos que podem ser considerados elementos disparadores desse absurdo que é a violência.Vamos olhar para trás no tempo e buscar alguns fatos que podem servir de bússola para entendermos um pouco mais sobre a violência contra a mulher.

Vamos até a época em que os casamentos eram determinados pelos interesses econômicos e sociais das famílias. Não é uma tarefa simples fazer essa viagem, mas de uma forma bem corriqueira, simplista, vemos que a ânsia pelo consumo deságua nas questões de dominação de uns pelos outros, e no nosso caso dos homens sobre as mulheres.

No transcorrer de toda a história da humanidade sempre encontramos situações de conquistas e dominação, e os tempos atuais sob a égide da internet, nossos sonhos de consumo se tornam cada vez mais avassaladores, até o ponto de não mais reconhecermos os valores reais que precisamos praticar no nosso dia-a-dia.

E se já estamos falando de valores e princípios, precisamos tocar no seio da família que, mesmo em franco processo de transformação, ainda é o grande sistema de controle e manutenção do comportamento da sociedade.

Se num tempo antigo o importante era “SER”, num tempo mais próximo o importante passou a ser “TER” e nos tempos atuais parece que o importante está sendo “PARECER TER” de onde vem o grande dilema entre o que é verdadeiro e o que é falso nas práticas sociais.

Tudo parece camuflado pela aparência, tudo escondido no seio da família, da organização, da política, enfim em todos os ambientes em que o ser humano transita, então nos unimos em torno de pseudoverdades para justificar e aceitar a violência como parte da vida.

Explicando melhor, muitas crianças nascem de relações fugazes, onde não se estabelece um nível de intimidade acolhedora. Os jovens só se conhecem superficialmente e já assumem o “risco” de relações sexuais inseguras. Essas crianças advindas desses relacionamentos, provavelmente serão criadas pelos avós, pois a juventude e imaturidade dos pais não reúne condições mínimas para atender as necessidades dessas crianças.

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E perguntamos, – Porque isso acontece?

Bem, em primeiro lugar esses adolescentes trazem uma história de vida onde seus próprios pais os têm como um peso (“Ter filhos é fogo”), também não se prepararam para recebê-los e a história vai se repetindo.

Gravidez não planejada, educação não programada, são alternativas para que o jovem vislumbre uma ânsia de sair do jugo dos pais e trilharem seus próprios caminhos. Essa é uma fantasia que assola o pensamento do jovem atual. Uma vez que toda a mídia mostra que você pode obter sucesso se fizer o que você quer.

O que a mídia não fala é que para fazer o que se quer, é necessário ter responsabilidade consequente e planejamento. Bem, o jovem faz filhos e não cria, não educa, não assume em toda sua plenitude e assim a vida vai se tornando banal.

Essa banalização da própria vida leva a atitudes que tornam a vida “sem graça”, sem um real motivo para acontecer e a forma atual de buscar essa motivação que mobiliza a vida é, muitas vezes, encontrada nas drogas de prazer efêmero, mas empolgante.

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Como o jovem atual não tem uma escala de valores/princípios bem definida, o processo de escolha torna-se extremamente difícil. Assim a mentalidade do consumo, que faz com que se pense que ter coisas pode representar um sentido de vida, seja o critério de escolha.

Mas, como as drogas, esse sentido é efêmero, passageiro, e novamente as conquistas perdem o valor. Pense, se agimos assim com relação às coisas que conquistamos, imagine o que fazemos com as pessoas com quem vivemos.

As relações passam facilmente a significar entrave para a realização pessoal, e se estão me atrapalhando eu as descarto. E se eu tenho dificuldade de descartar essas relações, eu preciso destruí-las.

Essa destruição é exatamente a VIOLÊNCIA de que estamos falando, e em especial a mulher que, histórica e culturalmente tem sido colocada como propriedade, acaba por ser o alvo dessa destruição.

A Violência Contra a Mulher é uma das mais praticadas.

É claro que a VIOLÊNCIA não é exclusivamente cometida contra as mulheres, os homens também sofrem, mas a posição social que a mulher vem assumindo tem feito os homens despreparados a enxergarem nelas o motivo de sua ansiedade e para reduzir a ansiedade é preciso combater o mal pela raiz.

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Todos sabemos que durante muito tempo a educação das crianças foi deixada a cargo das mães, e os homens eram responsáveis pelo sustento e manutenção da família, contudo na atual conjuntura, o homem sozinho não consegue fazer a manutenção de toda família e precisa da “ajuda” do trabalho da mulher para complementação da renda familiar.

Para a mulher que historicamente estava restrita aos trabalhos domésticos e à educação dos filhos, ajudar na manutenção da família torna-se um objetivo extremamente interessante, mesmo porque a mulher tem as mesmas necessidades que os homens de desenvolver seus talentos e esta se torna uma oportunidade maravilhosa.

Vemos as mulheres desempenhando trabalhos profissionais extremamente competentes e de uma dedicação impar, com resultados exemplares e isso é excelente.

O homem por sua vez se vê acuado e vivenciando uma espécie de “impotência”, o maior temor dos homens, pois ele só sabe fazer o trabalho profissional, mas não tem o menor preparo para o cuidado da família e dos filhos, se um filho fica doente, poucos homens sabem o que fazer, levar ao médico, identificar a gravidade dos sintomas, etc.

O homem então se sente desprestigiado e volta à submissão ao prazer efêmero e se dedica ao vídeo game, ao futebol, ao sexo fortuito, à bebida, enfim a tudo que possa fazê-lo se sentir conquistando, vencendo, e sendo o “rei do pedaço”.

Mas como todo prazer efêmero é passageiro, ele terá que voltar para casa e se deparar com uma mulher, aparentemente, realizada, responsável, equilibrada, controladora, que irrita e faz com que ele perca o controle e descambe nas mais variadas espécies de violência contra a mulher.

O ciclo parece interminável, o homem se sente ameaçado e intimida a mulher usando a força física e psicológica e a mulher ou se submete aos rituais de tortura ou se rebela e desconstrói a família assumindo a responsabilidade pela manutenção física e emocional dos filhos.

Interromper esse ciclo vicioso é das tarefas mais urgentes na sociedade moderna e o sucesso depende de todos.

Agora vamos pensar no papel da mulher diante da Violência Contra a Mulher.

Qual o papel da mulher contra a violência?

A educação feminina é pautada, historicamente, na resistência à dor, por exemplo, a dor do parto, e à resignação na busca do “PRINCIPE ENCANTADO”, do provedor que virá salvá-la.

Isso pode ser percebido até nas fábulas infantis, A Bela Adormecida, que espera dormindo a vinda do Príncipe Salvador que virá resgatá-la através do beijo mágico.  A Cinderela, que leva a vida sendo humilhada e usada, mas que será recompensada com o príncipe encantado que a resgata da vida utilitária que levou até agora.

Saindo das fábulas e chegando aos dias atuais, se vê na mídia que o homem atraente é aquele que tem “pegada”, isto é, aquele que domina e controla, enfim a mulher continua acreditando que tem que ser salva para ser feliz e para isso o preço passa a ser a submissão. Poderíamos dizer que a mulher forte é aquela que aguenta a dor, seja de que natureza for.

Nesse contexto é que a construção dos critérios de escolha vão sendo estruturados. Para que a mulher se sinta “digna”, precisa se apresentar como alguém frágil, delicada, mas resistente a todo tipo de agressões que possa sofrer.

Esse processo é tão contundente que muitas vezes se torna o projeto de vida da mulher (VITIMIZAÇÃO), fazendo com que ela procure homens que, aparentemente possam salvá-la. E quando voltamos nosso olhar para vida dessa mulher podemos perceber que alem do contexto social, existe o contexto familiar que a ajudou na construção dessa estratégia de vida.

A tendência natural é repetir modelos conhecidos, que bem ou mal, a sustentaram até o momento e se ela sobreviveu a essas experiências é sinal de resultado positivo. Alem disso, já desenvolveu formas de lidar com essas situações adversas.

Se ela olhar todas as figuras femininas de sua família, poderá traçar uma linha comum a todas elas, chegando à  conclusão de que ela no lugar delas faria “bem diferente”. Dando uma falsa ideia de que ela tem poder e consciência para mudar a história (Onipotência/Vaidade).

Se ampliarmos o campo de visão, saindo do âmbito da família para os seus três últimos relacionamentos, poderá perceber a repetição dos critérios de escolha.

É claro que perceber essa dimensão das escolhas é uma tarefa bastante difícil porque os mecanismos inconscientes de defesa bloqueiam essa percepção em função do grau de sofrimento que isso envolve.

Violência contra a mulher: como sair de uma relação de submissão (complementariedade)?

A mulher precisa aprender a conversar com o parceiro sobre a violência

Sabemos que toda relação só se mantém se houver a complementariedade de papeis. A existência de um Machão, implica no complementar de uma Submissa, o Forte se complementa com o Fraco, o Corajoso se complementa com o Covarde e assim por diante.

Por mais doloroso que possa ser a constatação dessa complementariedade, ela mantem essa situação (Vilão – Vítima).

Uma forma de alterar o padrão de complementariedade poderia ser o ENFRENTAMENTO que pode quebrar o padrão, mas pode implicar em agravamento da violência contra a mulher e destruir a relação como um todo.

Outra forma, que acreditamos ser mais eficaz, é a mulher trazer o foco para sua individualidade e mostrar para o outro como se SENTE diante da situação de opressão.

É o que chamamos de DIÁLOGO MÁGICO que significa fazer com que cada uma das partes da relação fale de si mesmo e não do outro.

Por exemplo: Ao invés de dizer “Olha o que VOCÊ está fazendo comigo…”

Dizer: “Eu estou me sentindo …”  “Eu estou percebendo…” “Eu estou notando…”

Sempre falar na 1ª pessoa e relatar como se sente, porque quando se fala do outro, a tendência desse outro é se defender, se fechar e justificar o comportamento agressivo, o que não muda nada.

Mas quando falamos da dor que estamos vivendo, a tendência é que o outro reavalie sua ação e assim interrompa o ciclo vicioso da agressão e abra espaço, ao mesmo tempo, para que esse outro possa se colocar sem se defender e juntos poderem reavaliar a relação, permitindo a possibilidade de reescrever uma nova história.

Rediscutir valores, crenças, princípios, ética, respeito em todos os contextos em que estivermos envolvidos é uma forma de ir desenvolvendo uma cultura de responsabilidade e civilidade.

“Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia.”

John Lennon

É claro que ações de contenção precisam ser tomadas para todos os casos emergentes, mas isso não é suficiente. Simplesmente matar o vírus causador da doença não elimina a ocorrência da doença, precisamos eliminar as condições que possibilitam a sobrevivência do vírus e criar uma vacina para evitar novos casos.

O exercício desse novo modelo de diálogo possibilita a interrupção do ciclo vicioso da violência e viabiliza a autonomia que transforma o coadjuvante em autor e protagonista da sua própria história e abre espaço para que cada um possa construir relações baseadas na harmonia e no equilíbrio.

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Rubens de MelloRubens de Mello é Psicólogo (CRP 02/2779) com especialização em Psicodrama e atua na clínica. Consultor em Recursos Humanos há mais de 20 anos em empresas nacionais e multinacionais. Na academia trabalha como professor Supervisor e Terapeuta Didata em Psicodrama.

  • CONTATOS: Rubens de Mello Psicologo – Av. Cons. Aguiar, 1205 Cjto. 102 Boa Viagem – Recife – PE
  • Telefone: (81) 944946311; Email: rubenspsicologo@gmail.com; Fanpage Facebook: http://bit.ly/FortalecendoRelações;
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