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Valente: Um Conto Sobre Escolhas!

Um Conto Sobre Escolhas

Um Conto Sobre Escolhas “Lendas são lições que carregam a verdade”

(Merida em Brave, 2012)            

Um Conto Sobre Escolhas

Estamos a todo o momento escolhendo, desde escolhas simples a escolhas mais complexas.

Ao despertar pela manhã escolhemos levantar cedo ou não, tomar café da manhã ou não, ir com essa ou aquela roupa, ir trabalhar/estudar de carro ou de ônibus e assim por diante.

As escolhas fazem parte de nossa vida! E também estão muito presentes nos contos de fadas. Um Conto Sobre Escolhas

No conto Valente, lançado pela Walt Disney em 2012, acompanhamos a vida de Merida, uma adolescente da época Medieval, que está saindo da adolescência e adentrando a fase adulta.

Com isso, ela tem que assumir novas responsabilidades, dentre elas, espera-se que dê continuidade a tradição da família, casando-se com um rapaz de um dos clãs do reino.

É aí que toda a aventura começa. Um Conto Sobre Escolhas

Um Conto Sobre Escolhas Merida não quer casar, ela quer ser livre e poder fazer suas próprias escolhas, quebrando a tradição.

Por outro lado, sua mãe a educou para que aprendesse o que é necessário para ser uma boa esposa e futura rainha.

Na sua infância a menina tinha uma boa relação com a mãe, embora a senhora não concordasse com os presentes e incentivos que o pai dava à filha, como, por exemplo, um arco e flecha.

A princípio, com seu pai, Merida aparenta ter uma ótima relação. Um Conto Sobre Escolhas

O seu problema está na relação materna, com o arquétipo materno, e, até mesmo, com o feminino.

Como já mencionei em outros momentos aqui na coluna, arquétipos, para a Psicologia Junguiana, são figuras autônomas carregadas de emoções.

Temos diversos arquétipos que nos acompanham no decorrer da nossa vida.

Os arquétipos são imagens universais. Um Conto Sobre Escolhas

Por exemplo, temos uma imagem universal de mãe (do que é ser mãe), de pai (do que é ser pai), do mal, do bem, entre outros.

Merida tinha um arquétipo materno positivo, porém, quando começa a transição para a fase adulta, torna-se mais crítica, desejando firmar a sua identidade, diferenciando-se, em certos aspectos, de sua mãe, de seu pai e de seus irmãos.

Essa busca por quem de fato ela é acarreta em conflitos.

Um Conto Sobre Escolhas Para ela, apesar de respeitar, em partes, as tradições, também é possível fazer diferente, escolhendo novos caminhos e destinos.

No começo do conto, a protagonista narra o seguinte:  

Dizem que o nosso destino está ligado a nossa terra. Que ela é parte de nós, assim como nós somos parte dela. Outros dizem que o destino é costurado como um tecido, onde a sina de um se interliga a de muitos outros. É a única coisa que buscamos, o que lutamos para mudar. Alguns nunca encontram o destino, mas outros são levados a ele.

Merida é levada de encontro ao seu destino quando discuti com sua mãe e ao cavalgar pela floresta encontra luzes mágicas azuis.

Acredita-se que essas luzes mágicas levam, quem as segue, para o tesouro ou para a maldição.

A heroína do conto tem contato com essas luzes quando pequena. Sua mãe acredita na magia, enquanto seu pai não.

Na vida adulta, Merida reencontra essas luzes mágicas, contudo, elas a guiam primeiro para uma maldição e depois, no clímax do conto, para o seu destino.

Inicialmente a garota chega à casa de uma bruxa. Ao conversar com a senhora, compartilha que gostaria que sua mãe a escutasse e mudasse.

Sendo assim, a bruxa faz um feitiço para que a mãe da menina mude e é isso que acontece, a rainha muda, transformando-se em um urso.

Não era exatamente essa mudança que Merida esperava, muito menos sua mãe.

Retornando à casa da bruxa, elas descobrem que ao nascer do segundo pôr do sol a maldição será para sempre.

Agora elas têm que trabalhar em conjunto para reverter o feitiço.

É nesse momento que elas se reaproximam e voltam a aprender uma com a outra. Merida escuta sua mãe, enquanto esta também a escuta.

Um Conto Sobre Escolhas Nos contos de fadas é comum o herói ou a heroína ter a ajuda de um animal ou ser mágico, justamente porque dará ouvidos a eles de fato.

Discorri sobre a importância dos animais nesses enredos em outro artigo aqui da coluna.

Leia: O Que os Animais Dos Contos de Fadas Têm a Nos Ensinar?

James Hillman (1997), autor pós-junguiano, em seu livro “Dream Animals”, descreve que quando se sonha com urso, este pode estar fazendo referência à mãe.

Pensando no simbolismo do urso, este é um animal que tem força, é predador e defende os seus iguais.

Ao mesmo tempo em que é feroz, agressivo, arisco, também é amoroso com sua espécie.

E é isso que se observa na mãe de Merida, ela possui essas características tanto na forma humana como na forma animal (urso).

Antes de prosseguir, é relevante atentar-se ao instrumento arco e flecha.

Lançar a flecha parece ser algo fácil, mas não é, exige concentração, foco e destreza para acertar o alvo.

Valente: Um conto sobre escolhas, que podem ser como uma flecha caminhando rumo ao seu destino!

A história de Merida é como se fosse uma flecha, caminhando rumo ao seu destino.

Há uma frase bastante conhecida de Jung, onde ele diz que “o que não enfrentamos em nós mesmos acabaremos encontrando como destino”.

Ou seja, enquanto a nossa heroína não tornar o seu inconsciente consciente, ela acabará indo de encontro às situações que a farão olhar para essas questões.

Com isso, há a escolha, ou ela escolhe ignorá-las ou opta por resolvê-las e integrá-las.

Um Conto Sobre Escolhas Segundo Bonaventure (1992, p.20) “é possível chegarmos a descobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos, se tivermos coragem de começar a busca pelos nossos próprios meios. E isso ninguém poderá responder por nós”.

Apesar de desafiador, Merida, junto com sua mãe, optam por solucionar a situação.

Como o título do filme expressa, elas são valentes! A coragem é um dos ingredientes fundamentais para as decisões que tomamos em nosso conto de vida.

O conto de Merida, expressa que as escolhas cabem a nós e a mais ninguém.

Podemos escolher seguir sem questionar, mesmo que, no fundo, não concordemos com algo, ou podemos escolher escutar a nossa voz interior, a nossa alma.

Merida poderia ter seguido a tradição esperada: casar e ter filhos, dando continuidade ao legado familiar.

Um Conto Sobre Escolhas Contudo, ela fez diferente, enxergou além. Ela retrata a mulher moderna que, a cada dia quebra paradigmas, empodera-se de si mesma e se reinventa.

Aprendemos muito com os contos, com as histórias, afinal, como enfatizado nessa animação, “lendas são lições que carregam a verdade”.

Os contos de fadas são a representação mais pura, simples e profunda da psique humana. 

Como descreve Verena Kast (2016, p.31): 

[… Quando lemos histórias sobre outras pessoas e seus destinos, mergulhamos nessas histórias. Ao mesmo tempo, mergulhamos em nosso próprio mundo da fantasia, que pode ser experimentado em ressonância com essas histórias. Podemos nos colocar no lugar dos personagens, podemos até nos identificar com eles, sentimos com eles, assustamos com eles, sentimos quando um perigo se aproxima e queremos ajudar a evitá-lo. Quanto mais histórias lemos, mais perspectivas sobre a vida e sobre a conduta humana adquirimos, mais opções ganhamos para a nossa própria vida […].

Que continuemos, semelhante à Merida, escolhendo, tecendo e costurando o nosso conto de vida! 

Um beijo e uma (re)descoberta,

Juliana.

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Juliana Ruda – Psicóloga de Orientação Junguiana (CRP 08/18575).

Tem Especialização em Psicologia Analítica.

Atua na área clínica atendendo jovens e adultos.

Ministra cursos, palestras, workshops e grupos de estudos com temas relacionados à Psicologia, Psicologia Junguiana e Contos de Fadas.

É uma das colaboradoras da Comissão Temática de Psicologia Clínica do Conselho Regional de Psicologia do Paraná.

Além de eterna aventureira dos Contos de Fadas!

Contatos – E-mail: psicologa.julianaruda@gmail.com 

Facebook: https://www.facebook.com/PsicologaJulianaRuda/

 

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