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Herói x Vilão: As Máscaras Dos Contos de Fadas

As Máscaras Dos Contos de Fadas

Uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para uma outra; não existe uma receita para a vida que sirva para todos. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Carl Gustav Jung

Podemos analisar os Contos de Fadas por diversos olhares: Arte, Psicologia, Filosofia, Literatura, Educação, entre outros. Pelo viés da Psicologia atentamo-nos, obviamente, às questões psíquicas.

A Psicologia Junguiana, como temos acompanhado nos artigos aqui da coluna, compreende os contos de fadas como espelho da psique humana. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Apesar disso, é imprescindível ter em mente que, em cada conto, não encontraremos toda a estrutura psíquica ali presente, tal qual Jung a estudou (persona, ego, self, sombra, anima animus). Cada conto, na verdade, abordará apenas um desses conceitos. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Já falamos um pouco, em outro artigo, a respeito da sombra. E hoje iremos dialogar sobre a persona.

Do latim, persona quer dizer máscara. Se você lembrou agora das máscaras de teatro, utilizadas na Antiguidade, está certo. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Jung incorporou esse termo aos seus estudos para se referir as máscaras, ou, melhor dizendo, papéis sociais que vestimos em nosso dia a dia.

Por exemplo, exercemos diversos “personagens” em nosso cotidiano, de pai, mãe, esposa, marido, filho(a), irmão(a), cunhado(a), profissional, estudante, ouvinte, etc.

Em cada uma dessas situações e relacionamentos agimos de modo diferente. Pensando no ambiente de trabalho, lá não podemos ser agressivos, mal educados e egoístas. Caso ajamos assim corremos o risco de perder o emprego.

Porém, em casa, onde entendemos que temos mais liberdade e “podemos ser nós mesmos”, acabamos por agir mais espontaneamente, e, às vezes, até passamos dos limites. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Outro exemplo é, ao ler um conto, podemos vestir a máscara do herói ou do vilão. A questão é que vestiremos aquela “roupa” que nos parece mais confortável, que acreditamos ter mais semelhança com nossas atitudes, com nossos comportamentos e com as nossas verdades.

Leia Também: Quando o Vilão dos Contos de Fadas nos Cativa

Podemos ainda transitar entre uma máscara e outra, “sendo heróis” quando julgamos pertinente e “sendo vilões” quando for necessário. As Máscaras Dos Contos de Fadas

A máscara do herói nos impulsiona a ser bravos, corajosos, persistentes e esperançosos. Porém, esse herói, vez ou outra, pode se sentir inseguro e, como dizemos, “se fazer de vítima”.

Do mesmo modo, o vilão é sagaz, astuto, inteligente, tem aquela pitada de malícia que, às vezes, nos falta para temperar a vida e dar mais fogo e energia a ela.

O vilão ainda pode ser apenas uma imagem ilusória que transmitimos aos outros para encobrir nossas fraquezas. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Parando para pensar, os próprios Contos de Fadas possuem uma persona. Afinal, atualmente atribuímos a eles a imagem de histórias fofas destinadas às crianças, quando, na sua origem, esses enredos tinham um papel completamente diferente. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Agora vocês podem falar: Até aí tudo bem, Juliana. Mas o que essas reflexões tem a ver com as máscaras dos Contos de Fadas?

Calma, que esclareço! Tenho frisado bastante nos artigos aqui na coluna o quanto os Contos espelham a nós mesmos.

Nessas histórias também nos deparamos com personagens que utilizam máscaras e que podem representar tudo aquilo que não concordamos e repudiamos.

Ou, em contrapartida, podem simbolizar tudo aquilo que queríamos ser, mas não nos sentimos capazes para agir de tal modo. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Para compreender melhor essa ideia, ilustrarei com um conto. Talvez vocês já tenham escutado e até mesmo lido a história “A nova roupa do imperador”.

A nova roupa do imperador as máscaras dos contos de fadas

Em suma, o conto retrata a vida de um Imperador que só se preocupava com suas vestes. Certo dia chega a seu reino, dois vigaristas passando-se por tecelões.

Eles afirmam que fazem as mais belas roupas e que estas são invisíveis aos olhos dos tolos e idiotas.

O Imperador encanta-se com a possibilidade de usar vestes tão lindas e que ainda possibilitariam a ele saber quem era inteligente ou não.

A questão é que, não existiam tecidos mágicos assim, os falsos tecelões, na realidade, fingiam costurar as roupas.

Cada um que se deparava com eles costurando e trabalhando nas novas roupas do Imperador passava a se questionar se era tolo, já que não enxerga absolutamente nada.

O próprio Imperador não via as tais vestes, contudo, assim como os demais, mentiu afirmando enxergá-las.

Ao término do trabalho dos vigaristas, o Imperador vestiu suas roupas imaginárias e saiu em passeata pelo reino. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Até que uma criança apontou para ele, gritando: “O Imperador está nu!”. Todos começaram a cochichar, tomando coragem para falar o mesmo.

Apesar disso, o Imperador prosseguiu com a passeata, acreditando que dessa maneira passaria menos vergonha.

Quantas vezes não mentimos e/ou omitimos como o Imperador e o seu povo fizeram? Quantas vezes não vestimos máscaras para encobrir o que estamos sentindo? Quantas vezes essas máscaras escondem quem nós realmente somos porque temos insegurança de demonstrar nosso verdadeiro eu? Por outro lado, quantas vezes não agimos como os vigaristas, fingindo e passando os outros para trás? As Máscaras Dos Contos de Fadas

De acordo com Edward Whitmont, autor pós-junguiano, “nossas personas representam os papéis que desempenhamos no palco do mundo; são as máscaras que carregamos durante todo esse jogo de viver na realidade exterior”.

Durante toda a nossa jornada pelo conto da vida estaremos utilizando as mais variadas personas, elas fazem parte de uma parcela de nós, daquela parte que está na superfície e que de início apresentamos ao mundo.

Leia Também: (Re)descobrindo os Contos de Fadas

As estruturas da psique, persona e sombra, são opostos, por isso se complementam.

À medida que aparentamos mais a nossa persona, mais a nossa sombra fica escondida (aquele nosso lado mais íntimo que poucos ou quase ninguém conhece) e quanto mais escondida, mais força ela terá.

É como aquela sujeira que empurramos para debaixo do tapete, o ambiente parece estar limpo, mas a sujeira continua ali e vai se acumulando, até que uma hora vem à tona e temos que lidar com ela.

Ou seja, utilizar máscaras em demasia não é bom, assim como não utilizar nenhuma também não é. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Devemos encontrar o equilíbrio e a fluidez nos papéis sociais que escolhemos vivenciar.

Lembrando sempre que se uma máscara fica boa em mim, não quer necessariamente dizer que ficará boa em outra pessoa.

Cada um de nós desempenhará os seus próprios papéis sociais. Como colocado por Jung, “uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para uma outra; não existe uma receita para a vida que sirva para todos”. As Máscaras Dos Contos de Fadas

Você quem irá construir a sua máscara social com base nas suas experiências individuais e coletivas, podendo reconstruí-la e aprimorá-la com o tempo.

Você quem irá (re)descobrir qual a melhor máscara e qual a melhor maneira de vivenciar o seu conto chamado vida! As Máscaras Dos Contos de Fadas

Um beijo e uma (re)descoberta,

Juliana.

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Juliana Ruda – Psicóloga de Orientação Junguiana (CRP 08/18575). Tem Especialização em Psicologia Analítica. Atua na área clínica atendendo jovens e adultos. Ministra cursos, palestras, workshops e grupos de estudos com temas relacionados à Psicologia, Psicologia Junguiana e Contos de Fadas. É uma das colaboradoras da Comissão Temática de Psicologia Clínica do Conselho Regional de Psicologia do Paraná. Além de eterna aventureira dos Contos de Fadas!

Contatos – E-mail: psicologa.julianaruda@gmail.com 

Facebook: https://www.facebook.com/PsicologaJulianaRuda/

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